De acordo com o estudo, a ocorrĂȘncia de eventos adversos foi de cerca de 52%, sendo a maioria leves e transitórios. Os mais frequentes foram dor no local da aplicação (52,6%), dor de cabeça (25,3%), febre baixa (19,3%) e dor no corpo (20,1%), principalmente após a segunda dose da vacina. No entanto, não foram observados casos graves.
O trabalho da pediatra e médica de adolescentes Cristiane Murad Tavares analisou 699 pessoas atendidas no posto de vacinação do campus Maracanã da universidade."Avaliamos o perfil clĂnico, laboratorial e epidemiológico dessa faixa da população, bem como a resposta imunológica após o esquema vacinal primĂĄrio e os efeitos colaterais", explicou.
Entre os principais resultados, a autora cita a baixa incidĂȘncia de covid-19 após a vacinação, sem registro de hospitalizações. "As vacinas se mostraram eficientes, não tendo sido observadas reações moderadas ou graves. Os achados sugerem que a imunização é segura e tem impacto no Ăndice de pessoas que morrem em decorrĂȘncia da doença", afirmou.
Os participantes foram selecionados no momento em que compareciam ao posto de vacinação da Uerj, no campus Maracanã, onde eram apresentados à dinâmica da pesquisa e sensibilizados sobre a relevância do estudo. Ele foram avaliados por meio de questionĂĄrios sociodemogrĂĄficos, da história clĂnica e das comorbidades, além da coleta de exames laboratoriais.
A avaliação da reação à vacina ocorreu em quatro momentos: na aplicação da primeira dose e do reforço, e 30 e 90 dias após a segunda dose. As vacinas disponĂveis para a anĂĄlise foram a Pfizer/BioNTech, a AstraZeneca/Oxford, a CoronaVac/Butantan e a Janssen.
Segundo a médica, o objetivo do estudo é reiterar a importância de polĂticas pĂșblicas que garantam o acesso à vacinação para toda a população, contribuir para conscientizar a sociedade e combater a desinformação em relação à ciĂȘncia. De acordo com ela, durante a pandemia, proliferaram fake news associando a imunização contra covid-19 a um suposto aumento no nĂșmero de óbitos de adolescentes. Na ocasião, a AgĂȘncia Nacional de Vigilância SanitĂĄria desmentiu os boatos.
O trabalho contou com a colaboração de vĂĄrios setores da Uerj: o Hospital UniversitĂĄrio Pedro Ernesto (Hupe), o Laboratório de Histocompatibilidade e Criopreservação do Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes, o Centro de Apoio à Pesquisa no Complexo de SaĂșde da Uerj, além da colaboração da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Fonte: AgĂȘncia Brasil