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Pediatra alerta para importância da vacinação em bebês prematuros

Por MT Giro em 15/11/2023 às 20:16:23

BebĂȘs prematuros necessitam de atenção especial em relação à vacinação, alerta a coordenadora do Centro de ReferĂȘncia em Imunobiológicos Especiais (Crie), de Vitória, e diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Ana Paula Burian.

Uma gestação é considerada normal entre 38 e 42 semanas. Isso significa que a criança que nasce com menos de 38 semanas é prematura. E abaixo de 28 semanas ou com menos de 1 quilo ao nascer é um bebĂȘ prematuro extremo. Quer dizer que esses bebĂȘs tĂȘm de cinco a dez vezes mais chances de adquirirem uma infecção comparado a outros recém-nascidos. Por isso, a vacinação é fundamental para os bebĂȘs pré-termo, ou seja, aqueles nascidos antes de 38 semanas de gestação.

Para esse bebĂȘs, o Sistema Único de SaĂșde (SUS) e o setor privado tĂȘm vacinas especĂ­ficas, informou Ana Paula Burian à AgĂȘncia Brasil. As vacinas estão disponĂ­veis nos centros de ReferĂȘncia para Imunobiológicos Especiais (Crie), que oferecem imunização às pessoas que necessitam de alguma atenção especial, como é o caso de bebĂȘs prematuros.

Orientação

As sociedades brasileiras de Pediatria (SBP) e de Imunizações (SBIm) recomendam que se protejam o mĂĄximo possĂ­vel, com a menor reação possĂ­vel. "Esse é o norte da orientação para qualquer criança e qualquer pessoa, na verdade, mas principalmente para os prematuros", recomenda a SBP.

Devido à imaturidade cardiológica, pulmonar e neurológica, os prematuros tendem a ter mais reação. E devido à imaturidade imunológica, eles tendem a responder menos. Ana Paula lembra que a passagem de anticorpos da mãe para o bebĂȘ ocorre mais no final da gestação. A partir de 20 semanas, ela começa a acontecer, e a quantidade vai aumentando à medida que a gravidez vai evoluindo. Quando o bebĂȘ nasce prematuro, ele ainda não recebeu a grande maioria de anticorpos protetores que a mãe passa para o filho até que ele esteja apto a produzir seus próprios anticorpos.

Vacinas

No SUS, todas as crianças recebem a vacina pentavalente, que garante a proteção contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria haemophilus influenza tipo B, responsĂĄvel por infecções no nariz, meninge e na garganta. Em outra furada, o bebĂȘ recebe a vacina pólio injetĂĄvel (indicada para prevenir a poliomielite), a rotavĂ­rus monovalente oral e a pneumocócica conjugada 10-valente. Isso com 2, 4 e 6 meses. Com 3 e 5 meses, recebe a vacina da meningite C.

No setor privado, tem a vacina pneumocócica 13 ou 15-valente, que tem mais sorotipos que a pneumo-10, e a vacina hexavalente acelular, que protege contra seis doenças com uma Ășnica furada e oferece menos reação vacinal. Além disso, tem a rotavĂ­rus que, em vez de ser monovalente, protege de cinco sorotipos do rotavĂ­rus.

Nos centros de ReferĂȘncia em Imunobiológicos Especiais, os bebĂȘs prematuros tĂȘm direito à vacina hexa acelular que o setor privado dĂĄ. "Diminui o nĂșmero de furadas e dĂĄ menos reação", explica Ana Paula. Mas essa vacina é só para quem nasce com menos de 33 semanas ou com menos de 1,5 quilo de peso. Essa alteração foi feita em setembro no manual dos Crie. Antes, somente os bebĂȘs até 31 semanas eram elegĂ­veis.

Dor

A coordenadora do Crie de Vitória disse que a dor nos bebĂȘs prematuros dĂĄ consequĂȘncias, como apneia, isto é, ele parar de respirar, mesmo por um curto perĂ­odo. "É importante que o prematuro seja mais protegido, porque é mais vulnerĂĄvel e, também, tenha menos reação".

Ela orienta os pais que não devem adiar a vacinação dos prematuros. "Eles tĂȘm que tomar as vacinas na data cronológica em que nasceram". Se para um bebĂȘ normal é saudĂĄvel tomar vacina nos 2, 4 ou 6 meses, para o prematuro também, independente da idade gestacional e de estar internado em UTI pĂșblica ou privada.

Ana Paula esclareceu que mesmo que o prematuro com menos de 33 semanas esteja em uma UTI privada, é importante que a instituição procure a Secretaria Municipal de Imunizações para se inteirar do calendĂĄrio de imunização e providenciar a vacina para a criança internada. "Cada caso serĂĄ avaliado para a vacina pertinente", disse Ana Paula.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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