O governo estadual decretou estado de emergĂȘncia após os casos ultrapassarem a marca de 300 por grupo de 100 mil habitantes. A medida facilita acesso a recursos federais e agiliza processos voltados ao combate da dengue no estado. "No emergencial não tem o que fazer, é o que sobra, é comprar sem licitação com todas as suas consequĂȘncias", critica o especialista.
Para além de investimentos estruturais, como ampliação do saneamento bĂĄsico, o infectologista destaca a necessidade de equipar as vigilâncias sanitĂĄrias, principalmente com pessoal, para que sejam feitos os trabalhos de busca e eliminação dos focos de reprodução dos mosquitos.
"A questão bĂĄsica é a eliminação de focos, que aĂ tem um trabalho de contratação de pessoal, de visitas domiciliares, todo um preparo que vocĂȘ não faz da noite para o dia, sem contar o próprio atendimento. É uma história que se repete no Brasil hĂĄ muito tempo", enumerou.
Durante o anĂșncio do estado de emergĂȘncia, o governo de São Paulo informou que pretende investir os recursos federais principalmente para aquisição de mĂĄquinas de nebulização, insumos e contratação de pessoal, de forma a ampliar a capacidade da rede de saĂșde.
A Secretaria Estadual de SaĂșde atualizou as orientações do sistema de distribuição de leitos hospitalares para que os pacientes com dengue tenham prioridade no atendimento de alta complexidade.
HĂĄ cerca de um mĂȘs, o governo estadual criou o Centro de Operações de EmergĂȘncias (COE) de combate ao Aedes aegypti, mosquito responsĂĄvel pela transmissão da dengue. A primeira ação do grupo foi a liberação de R$ 200 milhões para as 645 prefeituras de São Paulo adotarem medidas para enfrentar os focos de reprodução do inseto.
"O monitoramento realizado pelo estado, desde o ano passado, apontava aumento expressivo no nĂșmero de casos e a antecipação dos registros em cerca de dois meses. Esse trabalho permitiu que uma série de ações fosse tomada, evitando cenĂĄrios mais crĂticos como os enfrentados pelos estados vizinhos", ressaltou o diretor do Instituto Butantan Esper KallĂĄs durante reunião do COE que anunciou o estado de emergĂȘncia.
Os estados do Acre, Distrito Federal, GoiĂĄs, Rio de Janeiro, EspĂrito Santo e Santa Catarina também decretaram estado de emergĂȘncia devido à alta de casos de dengue. Em todo paĂs jĂĄ são 1,2 milhão de casos da doença, com 278 mortes confirmadas neste ano e 744 em investigação.
Fonte: AgĂȘncia Brasil