Os ministros iniciaram a discussão sobre a questão, mas após os votos dos ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes, o presidente do STF, LuĂs Roberto Barroso, suspendeu o julgamento, que serĂĄ retomado na quarta-feira (12). Faltam os votos de nove ministros.
Na primeira instância, ela foi condenada, mas a Defensoria PĂșblica recorreu ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), que a absolveu, por entender que o procedimento de revista Ăntima foi ilegal.
O ministro Fachin, relator do caso, reconheceu a ilegalidade das revistas Ăntimas vexatórias. No entendimento do ministro, durante a visita de parentes ou amigos de presos nas penitenciĂĄrias, não poderĂĄ ocorrer a retirada de roupas Ăntimas para inspeção das cavidades corporais sem justificativa.
A revista manual poderĂĄ ocorrer, mas não poderĂĄ ser vexatória. O procedimento deve ocorrer somente quando houver indĂcios de entrada ilegal de objetos ou drogas. As suspeitas deverão ser apuradas a partir do uso de aparelhos eletrônicos (scanners e raio-x), informações de inteligĂȘncia ou comportamento suspeito.
Pelo voto do relator, caso a determinação do Supremo não seja cumprida, as provas obtidas contra pessoas acusadas de entrar com objetos ilegais nos presĂdios serão invalidadas.
Fachin também determinou prazo de 24 meses para os presĂdios comprarem equipamentos de scanners e de raio-x.
Em seguida, o ministro Alexandre de Moraes abriu a divergĂȘncia. Para o ministro, a revista Ăntima pode ser realizada, mas só diante da falta de equipamentos de raio-x e com a concordância do visitante. A revista ainda deverĂĄ ser realizada obrigatoriamente por agentes do mesmo sexo. Se houver recusa na visita, a administração do presĂdio poderĂĄ impedir a entrada.
Moraes também disse que as revistas superficiais de visitantes não tĂȘm efeito. O ministro afirmou que o nĂșmero de apreensões de drogas, celulares, armas brancas e de fogo nos presĂdios do paĂs chegou a 625 mil nos Ășltimos dois anos.
"Esse material jamais é pego por revistas superficiais, quem vai visitar não coloca na bolsa, na cintura. Todas essas apreensões são realizadas ou embaixo das roupas Ăntimas ou nas cavidades do corpo. Revistas superficiais não servem para nada", afirmou.
Moraes também destacou que a decisão da Corte pode gerar a suspensão de visitas em presĂdios que não possuem raios-x.
"Ao gerar uma apreensão quase geral, nós vamos gerar uma sequĂȘncia de rebeliões. Se tem algo que gera rebelião é quando se impede a visita", concluiu.
Fonte: AgĂȘncia Brasil