STF adia conclusão de julgamento sobre revista íntima em presídios

Por MT Giro em 06/02/2025 às 20:14:06

O Supremo Tribunal Federal (STF) adiou nesta quinta-feira (6) a decisão sobre a legalidade da revista Ă­ntima vexatória nos presĂ­dios para evitar a entrada de drogas, armas e celulares.

Os ministros iniciaram a discussão sobre a questão, mas após os votos dos ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes, o presidente do STF, LuĂ­s Roberto Barroso, suspendeu o julgamento, que serĂĄ retomado na quarta-feira (12). Faltam os votos de nove ministros.

Caso

A Corte julga um recurso do Ministério PĂșblico para reverter a absolvição de uma mulher flagrada tentando entrar em um presĂ­dio de Porto Alegre com 96 gramas de maconha enrolados em um preservativo e acondicionados na vagina.

Na primeira instância, ela foi condenada, mas a Defensoria PĂșblica recorreu ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), que a absolveu, por entender que o procedimento de revista Ă­ntima foi ilegal.

O ministro Fachin, relator do caso, reconheceu a ilegalidade das revistas Ă­ntimas vexatórias. No entendimento do ministro, durante a visita de parentes ou amigos de presos nas penitenciĂĄrias, não poderĂĄ ocorrer a retirada de roupas Ă­ntimas para inspeção das cavidades corporais sem justificativa.

Procedimento

A revista manual poderĂĄ ocorrer, mas não poderĂĄ ser vexatória. O procedimento deve ocorrer somente quando houver indĂ­cios de entrada ilegal de objetos ou drogas. As suspeitas deverão ser apuradas a partir do uso de aparelhos eletrônicos (scanners e raio-x), informações de inteligĂȘncia ou comportamento suspeito.

Pelo voto do relator, caso a determinação do Supremo não seja cumprida, as provas obtidas contra pessoas acusadas de entrar com objetos ilegais nos presĂ­dios serão invalidadas.

Fachin também determinou prazo de 24 meses para os presĂ­dios comprarem equipamentos de scanners e de raio-x.

DivergĂȘncia

Em seguida, o ministro Alexandre de Moraes abriu a divergĂȘncia. Para o ministro, a revista Ă­ntima pode ser realizada, mas só diante da falta de equipamentos de raio-x e com a concordância do visitante. A revista ainda deverĂĄ ser realizada obrigatoriamente por agentes do mesmo sexo. Se houver recusa na visita, a administração do presĂ­dio poderĂĄ impedir a entrada.

Moraes também disse que as revistas superficiais de visitantes não tĂȘm efeito. O ministro afirmou que o nĂșmero de apreensões de drogas, celulares, armas brancas e de fogo nos presĂ­dios do paĂ­s chegou a 625 mil nos Ășltimos dois anos.

"Esse material jamais é pego por revistas superficiais, quem vai visitar não coloca na bolsa, na cintura. Todas essas apreensões são realizadas ou embaixo das roupas Ă­ntimas ou nas cavidades do corpo. Revistas superficiais não servem para nada", afirmou.

Moraes também destacou que a decisão da Corte pode gerar a suspensão de visitas em presĂ­dios que não possuem raios-x.

"Ao gerar uma apreensão quase geral, nós vamos gerar uma sequĂȘncia de rebeliões. Se tem algo que gera rebelião é quando se impede a visita", concluiu.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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