O ministro das Finanças do Japão, Katsunobu Kato, defendeu a polĂtica cambial do paĂs nesta sexta-feira (18), negando as acusações de que Tóquio manipula o mercado de câmbio para desvalorizar o iene. A resposta surge em meio às crĂticas do presidente dos EUA, Donald Trump, que alega que o Japão busca dar vantagens injustas aos seus exportadores.
Kato enfatizou que a Ășltima intervenção do Japão no mercado cambial foi para valorizar o iene, e não o contrĂĄrio. A declaração antecede um encontro crucial em Washington, onde Kato poderĂĄ se reunir com o secretĂĄrio do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, à margem das reuniões do G20 e do Fundo MonetĂĄrio Internacional (FMI).
As tensões em torno das taxas de câmbio ganharam destaque nas negociações tarifĂĄrias entre os dois paĂses, que se iniciaram na quarta-feira (16). O governo Trump parece determinado a confrontar o que considera prĂĄticas comerciais desleais, mirando especialmente na polĂtica cambial japonesa.
"O Japão não manipula o mercado de câmbio para enfraquecer intencionalmente o iene, como visto pelo fato de que nossa Ășltima ação foi realizar uma intervenção de compra de ienes", disse Kato aos parlamentares, respondendo às crĂticas de Trump.
Embora reconheça o interesse dos EUA em discutir questões cambiais, Kato evitou comentar sobre os temas especĂficos que serão abordados na reunião. A incerteza paira sobre a data do possĂvel encontro com Bessent, adicionando um elemento de suspense às negociações.
A valorização recente do iene reflete, em parte, as expectativas de que os EUA pressionem o Japão a participar de um esforço coordenado para enfraquecer o dólar e reduzir o déficit comercial americano. Resta saber se as discussões em Washington trarão avanços significativos ou se as divergĂȘncias persistirão, alimentando as tensões entre as duas potĂȘncias econômicas.
A postura de Trump, alinhada com seu protecionismo e sua obsessão por déficits comerciais, coloca o Japão em uma posição delicada. Enquanto isso, o governo Lula observa atentamente o desenrolar dessa disputa, ciente de que as decisões tomadas em Washington e Tóquio podem ter reflexos significativos na economia global.
*Reportagem produzida com auxĂlio de IA