"No Inca estamos muito preocupados com alguns projetos de lei que tĂȘm sido apresentados a esta Casa e também ao Senado Federal propondo a liberação desses produtos no mercado brasileiro", disse Mendes.
Atualmente, tramita no Senado Federal o Projeto de Lei 5008/23, da senadora Soraya Thronicke (Pode-MS), que regulamenta a produção e a comercialização desses produtos.
Se esse texto for aprovado, a resolução da AgĂȘncia Nacional de Vigilância SanitĂĄria (Anvisa) que proibiu em 2009 os cigarros eletrônicos deixaria de valer. A agĂȘncia considera que esses cigarros, também chamados de vapes, são nocivos à saĂșde e causam dependĂȘncia em seus usuĂĄrios. Em 2024, uma nova decisão manteve a proibição.
No Brasil, os dados do Ministério da SaĂșde indicam o consumo de vapes só entre 1% dos jovens. "A decisão da Anvisa foi extremamente acertada ao proibir o uso desses produtos e a liberação da sua comercialização no PaĂs", reforçou Felipe Mendes.
O deputado Allan GarcĂȘs (PP-MA), que solicitou a audiĂȘncia, também se posicionou contrĂĄrio à legalização dos cigarros digitais. "Estamos conscientes do prejuĂzo que os cigarros eletrônicos trazem para a saĂșde e do compromisso de trabalhar por mais leis para coibir qualquer dano à saĂșde", reforçou.
Segundo ele, a dependĂȘncia nessa etapa da vida prejudica o engajamento do jovem em atividades de aprendizagem, pois a nicotina modifica o funcionamento cerebral aumentando a ansiedade e os déficits de memória e de atenção. "Essas alterações introduzidas pela nicotinas podem ser permanentes", frisou.
JĂĄ a representante da Sociedade Brasileira de Pneumologia, Maria Enedina Claudino Aquino Scuarcialupi, criticou o marketing sedutor dos cigarros digitais nas redes sociais com o objetivo de atrair a Geração Z, pessoas nascidas entre 1995 e 2010.
Ela destacou o uso de saborizantes, como maçã e mentol, para mascarar o sabor do tabaco e causar a impressão de que o cigarro eletrônico é menos prejudicial do que o tradicional. "A própria substância quĂmica 'sabor maçã verde' provoca lesões cerebrais, o mentol provoca lesão cerebral e maior dependĂȘncia", disse.
Segundo ele, a arrecadação de impostos sobre a venda de cigarros no PaĂs (R$ 8 bilhões em impostos federais em 2022) abrange apenas 5,2% das perdas geradas pelo tabagismo.
Entre essas perdas, por exemplo, estĂĄ o impacto no orçamento pĂșblico do tratamento das doenças relacionadas ao tabagismo e das pensões por morte prematura. "Isso gera um custo para o nosso PaĂs em torno de R$ 153 bilhões ao ano", disse.
Fonte: AgĂȘncia Câmara NotĂcias