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Polícia Civil conclui inquérito que apurou morte de paciente após cirurgias estéticas em Cuiabá

Três médicos foram indiciados por homicídio culposo

Por MT Giro em 15/01/2023 às 16:32:50

A PolĂ­cia Civil encaminhou na Ășltima quinta-feira (12.01) à Justiça Estadual o inquérito que apurou a morte de Keitiane Eliza da Silva, de 27 anos, ocorrida hĂĄ quase dois anos, após passar por cirurgias estéticas em uma clĂ­nica de CuiabĂĄ. TrĂȘs médicos foram indiciados pelo crime de homicĂ­dio culposo.

As diligĂȘncias realizadas pelo NĂșcleo de Tentativas de HomicĂ­dio e HomicĂ­dio Culposo, da DHPP de CuiabĂĄ, reuniram diversos documentos, laudo de necropsia e depoimentos para esclarecer a morte da moradora de VĂĄrzea Grande, que passou por trĂȘs procedimentos estéticos realizados em um hospital particular da Capital.

A perĂ­cia realizada concluiu que Keitiane morreu em decorrĂȘncia de uma hemorragia causada por um distĂșrbio na coagulação sanguĂ­nea, que ocorreu por complicações da covid, doença que ela contraiu pouco tempo antes de fazer os procedimentos cirĂșrgicos.

De acordo com apuração da DHPP, a vĂ­tima passou por exames pré-operatórios que atestaram que a paciente estava apta à cirurgia. Durante os exames foi detectada uma pequena mancha no pulmão (vidro fosco), mas que não foi considerada como um fator impeditivo à realização dos procedimentos estéticos.

Após passar pelas cirurgias de lipoaspiração, mastopexia e abdominoplastia, Keitiane passou mal, com falta de ar, quando jĂĄ estava no quarto do hospital. Os médicos teriam realizado uma reabordagem, procedimento para verificar se havia alguma complicação no pós-cirĂșrgico. Contudo, a paciente evoluiu para uma parada cardĂ­aca e somente no fim da madrugada de 14 de abril de 2021, a equipe conseguiu uma vaga em Unidade de Terapia Intensiva em outra unidade particular de CuiabĂĄ, uma vez que o hospital onde foram realizadas as cirurgias plĂĄsticas não dispunha de leito de UTI.

O delegado aponta que o conjunto probatório reunido no inquérito não apontou erro no ato cirĂșrgico em si, mas sim, na conduta médica, por exemplo, de não seguir a recomendação do Conselho Regional de Medicina para que não fossem realizadas cirurgias eletivas (não emergenciais) no perĂ­odo da pandemia, em virtude da ausĂȘncia de leitos de UTI em caso necessĂĄrio para um paciente de pós-cirurgia plĂĄstica. Além disso, a perĂ­cia apontou no exame de necropsia que a mancha nos pulmões, detectada nos exames pré-operatórios da vĂ­tima, estava evoluindo para pneumonia, o que contribuiu para o distĂșrbio de coagulação e ocasionando, consequentemente, a hemorragia.

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