Dados da OMS e do Unicef mostram que os paĂses intensificaram os esforços para enfrentar o retrocesso na imunização causado pela pandemia de covid-19. De acordo com a pesquisa, 20,5 milhões de crianças deixaram de receber uma ou mais vacinas nos serviços de imunização de rotina em 2022, uma melhora em comparação com os 24 milhões de crianças que não foram imunizadas em 2021. Apesar disso, o nĂșmero permanece maior do que os 18 milhões de crianças que ficaram de fora do esquema vacinal em 2019, antes da pandemia.
A imunologista ClĂĄudia Valente alerta que a situação é preocupante. "JĂĄ tivemos o certificado de eliminação do sarampo, mas perdemos", relembra. " O sarampo ele complica e leva uma criança menor de um ano a óbito. Podem acontecer complicações como a encefalite, o comprometimento do sistema nervoso central, do cérebro, e a criança se complicar", completou, ressaltando que a vacina pode evitar estes quadros.
.Durante a pandemia de covid-19, muitos pais deixaram de vacinar seus filhos. Agora devem correr atrĂĄs do atraso. A enfermeira Priscila Avelino da Silva conta que muitos estão levando as crianças para atualizar a carteira de vacinação. "É importante os pais lembrarem que os bebĂȘs precisam estar protegidos e que eles venham vacinar. Os postos estão abertos a semana toda e tem muitos postos no DF abrindo aos sĂĄbados, com vacinas de rotina".
A empresĂĄria Carolina Costa levou o filho ao posto de saĂșde para atualizar a imunização antes do inĂcio das aulas. "Como ele estĂĄ na escola, queremos deixĂĄ-lo imunizado principalmente contra essas doencinhas da sala de aula"
Seguindo a tendĂȘncia mundial, em 2022, os paĂses e territórios das Américas conseguiram interromper o declĂnio na cobertura de vacinação que a região vinha registrando. A imunização com a primeira dose da vacina que protege as crianças contra difteria, tétano e coqueluche atingiu 90%, em comparação com 86% em 2021. Todas as outras vacinas, que protegem contra doenças como a poliomielite, o papilomavĂrus humano e o rotavĂrus, melhoraram a cobertura, com exceção da primeira dose da vacina contra o sarampo, que caiu de 85% em 2021 para 84% em 2022.
Embora os paĂses também tenham conseguido reduzir o nĂșmero de crianças que não receberam uma Ășnica dose de vacina aos nĂveis pré-pandĂȘmicos (1,3 milhão), esse nĂșmero continua alto, deixando 1 em cada 10 crianças da região desprotegidas contra uma série de doenças perigosas. Enquanto isso, 2,3 milhões de crianças não completaram seu cronograma de vacinação, embora o nĂșmero seja o menor desde 2019.
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Fonte: AgĂȘncia Brasil