O documentário "O Grito - Regime Disciplinar Diferenciado", lançado na Netflix em 2024, causou polêmica ao levantar suspeitas de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
O filme, dirigido por Rodrigo Giannetto, explora as condições do sistema prisional brasileiro e o impacto do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) em detentos e familiares. O RDD, criado para isolar presos perigosos, é criticado por agravar o isolamento e a reincidência criminal.
Entretanto, investigações apontam que Kauê do Amaral Coelho, suposto olheiro do PCC, teria custeado passagens aéreas para Giannetto, permitindo-lhe viajar para eventos internacionais de cinema.
"As passagens custaram R$ 18.350 e foram compradas por Kauê no dia 4 de outubro de 2024, na agência de viagens Fidelity Turismo." - Polícia Civil.
O diretor nega conhecer Coelho e afirma que as passagens foram oferecidas por uma agência de viagens como incentivo ao filme. A Polícia Civil investiga a ONG Pacto Social e Carcerário, suspeita de ser um braço do PCC, em relação a este caso.
O documentário inclui depoimentos de familiares de líderes de facções, como Marcola e Marcinho VP, e entrevistas com figuras públicas como Luís Roberto Barroso, ministro do STF, e Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial.
A Netflix afirma que "O Grito" é um documentário licenciado, produzido independentemente e apenas distribuído pela plataforma, sem envolvimento criativo direto. Giannetto se disse disponível para colaborar com as investigações.
A polêmica levanta questionamentos sobre a eficácia do RDD e a necessidade de reformas no sistema prisional brasileiro, que contemplem a reintegração social e os direitos humanos dos presos. O envolvimento de um possível braço do PCC na produção do documentário, no entanto, adiciona uma complexa camada de investigação.
*Reportagem produzida com auxílio de IA