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Em SP, 69% dos alunos consideram escolas estaduais ambientes violentos

Uma pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva em parceria com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) mostra que 69% dos estudantes consideram haver um nível médio ou alto de violência nas escolas estaduais do estado de São Paulo.

Por MT Giro em 29/03/2023 às 21:23:03

Uma pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva em parceria com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) mostra que 69% dos estudantes consideram haver um nĂ­vel médio ou alto de violĂȘncia nas escolas estaduais do estado de São Paulo. Entre os professores, esse percentual é de 68% e, quando os familiares dos alunos respondem, o Ă­ndice chega a 75%.

Segundo a pesquisa Percepção dos Profissionais da Educação, Estudantes e Pais sobre a ViolĂȘncia nas Escolas, no centro, 64% dos alunos tĂȘm essa percepção, contra 74% daqueles que estudam na periferia. Entre os professores são 39% e 89% e entre os familiares, 68% e 80%, respectivamente. Foram entrevistados 1,25 mil estudantes, 1,25 mil famĂ­lias e 1,1 mil professores entre os dias 30 de janeiro e 21 de fevereiro.

Quando questionados sobre o nĂ­vel de violĂȘncia em suas próprias escolas, 55% dos estudantes, 61% dos professores e 70% dos familiares consideram médio ou alto. Quando separados entre região central e periferia, esses percentuais são de 42% e 68% entre os estudantes, 26% e 86% entre os docentes e 61% e 76% entre os familiares dos alunos.

A pesquisa indicou ainda que 24% dos professores e 41% dos alunos não se sentem seguros no entorno das escolas; dentro das unidades de ensino, eles também não se sentem seguros: são 16% dos docentes e 26% dos estudantes. A pesquisa perguntou ainda quem soube de casos de violĂȘncia em suas escolas. Entre os familiares, 73% disseram ter conhecimento; entre os estudantes foram 71% e, entre os professores, 41%.

"Esse clima de violĂȘncia não começa por acaso. Quando nós temos jovens estudantes estimulados a resolver divergĂȘncias através da violĂȘncia e não do diĂĄlogo, a sociedade fica mais permeĂĄvel a casos de violĂȘncia. Isso se dĂĄ no estĂ­mulo a crianças fazerem o gesto de uma arma de fogo na mão, a movimentos baseados em mentiras, que estimulam crianças contra os professores", avaliou o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles.

A pesquisa mostra também que 98% dos estudantes, 96% dos professores e 97% dos familiares concordam que o governo deveria dar mais condições de segurança para as escolas. "É uma unanimidade. Esse dado por si só coloca o combate à violĂȘncia como uma prioridade absoluta de qualquer polĂ­tica pĂșblica de educação. A urgĂȘncia desse tema não deve ser questionada por ninguém e tenho certeza de que não serĂĄ", afirmou Meirelles.

A presidenta do Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, conhecida como professora Bebel, disse que no pós-pandemia, com a volta às atividades nas escolas, deveria haver um projeto para dar atenção psicológica aos alunos, jĂĄ que muitos perderam pessoas próximas para a covid-19, além de perderem o conteĂșdo educacional.

"Nós vamos ter que ter mais cuidado com os jovens e, mais do que isso, é um clamor social. Isso não pode recair sobre as famĂ­lias nem nos professores. Sobre os professores recai tudo. O governo deve implantar formas para atrair as famĂ­lias para a escola também. Que nós entendamos que a gestão democrĂĄtica é a melhor forma de termos a comunidade junto conosco", enfatizou Bebel.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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